Se tratando de uma escritora inserida no período pós segunda guerra, a presença de temas que giram em torno das questões da igualdade, da unificação dos povos, das raças e da busca da harmonia são bastante recorrentes em suas crônicas.

 Percebe-se também através do seu percurso que ela se mostra uma mulher preocupada com a participação das mulheres nas artes. Em muitas crônicas aborda essa preocupação, quando equipara mulheres e homens no meio artístico e literário. Em um artigo sobre Gabriela Mistral, publicado no jornal A Tarde (11/1945) coloca que apesar da não igualdade de condições entre o homem e a mulher, conseguiu-se um paralelo nas artes. Também marca, em outras crônicas, a importância da escritora Amélia Rodrigues e faz a análise crítica ao livro de Lúcia Lobo Fadigas, nascida no Rio de Janeiro, mas que publica um livro de poemas na Bahia. Aborda em seus textos, também, a questão da maternidade e da educação das mulheres.

Em seu discurso "Minhas ditosas amigas" proferido na tarde de autógrafos da 1ª edição do seu livro Cartas de Sinhá Moça publicado em 1960 deixa transparecer a sua ligação com outras escritora baianas, nele consta  um relato sobre o processo de escritura da primeira carta, sua publicação e incentivo dado pelas amigas. A primeira carta, escrita em 1956, foi enviada amiga e poetisa Lúcia Fadigas, após sua publicação no periódico recebeu conselho das amigas Veleda Barreto, Sonita Graça Leite, Daá Lima, Naíde Abreu, Lourdes Bacellar e Hildete para continuar escrevendo e publicando. A publicação das cartas em livro foi sugerida pela poetisa Maria Dolores, já falecida na data do pronunciamento. Esse fato demonstra a solidariedade entre essas mulheres escritoras. Ressalta-se aqui que a última carta relata uma reunião de todas as citadas, caracterizando um ambiente intelectual já que nestas reuniões recitavam poesias, algumas tocavam violão e cantavam.

A divulgação de nomes de mulheres ligadas á produção cultura é uma constante das cartas. Seja afirmando que D. Alcinda Navarro com “ a pioneira do movimento das Culturas Artísticas”, seja elogiando os concertos de Guiomar Novais, seja reproduzindo poemas de Ruth Maria Chaves(Rio), Lourdes Bacellar (Ba) e Júlia Lopes de Almeida; ou ainda referindo-se e escrevendo sobre Cândida Maria Galeno (CE), Margarida Lopes de Almeida, Jacinta Passos, às amigas já citadas acima dentre outras.

Dentre os muitos aspectos abordados nas cartas reunidas no livro já citado, destacam-se a freqüência de temáticas que envolvem a saudade, o desprendimento que o escritor precisa ter para escrever, ela escreve de um lugar reservado da casa – o gabinete e  temas que tratam da mulher, discorrendo sobre a função de esposa, mão e a profissão, quanto a isso nota-se a internalização da responsabilidade da mulher em formar os futuros homens da nação quando cita e transcreve trecho do poema em prosa de João Moniz de Aragão, "A mãe pobre" coloca que os filhos constituem a fortuna da mulher: as crianças de hoje, os homens de manhã, alicerces da Pátria, defensores da sua integridade, baluartes da sua soberania, são donos do futuro, ou seja, serão os homens os donos de mundo e não as mulheres.

            A destinatária das cartas é  a “Sinhá velha” que não é nenhuma mulher em especial e ao mesmo tempo todas as mulheres, uma mulher fictícia que representa a fusão de uma seleção de características de mulheres reais. As cartas transbordam recordações e memórias, memórias de mulher, memória personalizada e são escritas num tom de intimidade, para mulheres leitoras.