Jacinta Passos
(1914-1973)

Franklania Freitas dos Reis[i]
Ivia Alves

Jacinta (Veloso) Passos nasceu em 30 novembro de 1914 na fazenda Campo Limpo, município de Cruz das Almas, filha de Manoel Caetano da Rocha Passos e de Berila Eloi Passos. Diplomou-se pela Escola Normal da Bahia, onde lecionou no curso secundário ao mesmo tempo que colabora em jornais e revistas de Salvador, São Paulo e Rio. Filiando-se ao Partido Comunista[ii], foi militante política, tendo exercido atividade jornalística diária no jornal Estado da Bahia, durante a última Guerra Mundial. Após uma vida tumultuada, veio a falecer em Sergipe no ano de 1973.

A "violência das relações de gênero" é uma das temáticas abordadas pela produção poética da escritora Jacinta Passos. A autora revela através de seus textos, ter consciência da condição marginal da mulher na sociedade de sua época. Sua lírica chega a leitora no sentido de despertá-la para que esta possa perceber e refletir sobre sua condição social. Porém o trema predominante é o social.

Em 1942, Jacinta Passos publica, juntamente com seu irmão, seu primeiro livro de poesias Nossos poemas, apesar de já ter se lançado à cena literária em periódicos locais. No livro a sua produção corresponde à primeira parte, intitulada: Momentos de poesia. Embora neste livro a autora ainda traga traços marcantes de religiosidade, como no poema "Agonia no Horto"[iii], o outros temas começam a surgir.

Dois anos mais tarde ela publica, e desta vez sozinha, Canção da Partida, no qual o tema da mulher ganha ainda mais espaço. Seu último livro, editado em 1951, foi Poemas Políticos, já com predominancia da temática socialista. É sobretudo em Momentos de poesia e em Canção da Partida que a autora irá privilegiar a mulher.


[i] Graduada em Letras pela Universidade Federal da Bahia.

[ii] Para conhecimento de sua biografia, foi consultado o livro A História Esquecida de Jacinta Passos por Dalila Machado

[iii] Momentos de Poesia, 27